Crachá de alunos - Estudo de caso de UX | UI

Beatriz Desenzi
5 min readMay 4, 2020

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Comecei minha primeira semana de desafio do Exercício Semanal de Design de Produto, de Artiom Dashinsky. Nele tive o desafio de criar um novo aplicativo para ajudar professores reconhecerem seus alunos a partir de fotos.

O Desafio

No início de cada ano letivo ou semestre, os professores enfrentam o desafio de lembrar os nomes — um grande número — dos novos alunos. Criei uma interface para ajudar um educador a reconhecer e lembrar o nome de seus alunos com mais facilidade.

Não é comum imaginar que os seus professores tem dezenas ou até centenas de alunos. Esse desafio me fez pensar em como os professores fazem para lembrar do nome de cada aluno, para mim, parece realmente difícil — eu tenho uma péssima memória com nomes e eventualmente pago mico.

Tempo: 1 semana

Pesquisa

Resolvi pesquisar quantas pessoas seguiram a profissão de educador no Brasil e também sobre a memória dos seres humanos, quando executam a tarefa de lembrar nomes.

O número de professores no Brasil passa de 2,5 milhões, segundo censos educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) referentes a 2017. Link

De acordo com estudos, é mais fácil lembrar os cargos, hobbies e cidades das pessoas do que seus próprios nomes.
A pesquisa mais popular sugere que os nomes são extremamente arbitrários e sem significado. Para a maioria das pessoas, os nomes dão poucas pistas a respeito da aparência, personalidade ou qualquer coisa significativa sobre uma pessoa. O significado é a chave: nós encontramos dificuldade em lembrar-se dos nomes porque eles têm significados semânticos muito fracos. Link

Entrevistas

Depois de entender um pouco melhor o assunto e decidir que irei focar a pesquisa e o app em professores do ensino superior, dito que são eles, que tem o maior número de alunos no mesmo semestre.

Pesquisa qualitativa
Supondo que você, professor, todo semestre conhece novos alunos:
P1: Você geralmente administra quantas salas por semestre?
P2: Quantos alunos em média por sala?
P3: Você lembra de imediato os nomes de seus novos alunos? Justifique.
P4: Como você faz para lembrar o nome de cada um dos seus alunos? Tem alguma técnica?
P5: Me conte alguma situação mais recente que você teve dificuldade em lembrar o nome de algum aluno.
P6: Como você se sente quando esquece o nome de algum aluno?

Considerações

Depois de analisar as respostas dos 04 professores(as) que dão aula no ensino superior, concluo que é uma tarefa realmente difícil lembrar os nomes de todos os alunos.
Em meu questionário, o mínimo que os/as professores(as) que responderam administram são 04 salas com no mínimo 30 alunos em cada sala, ou seja 120 pessoas.
Também percebi que a memória é diferente em cada indivíduo. Para alguns não há problemas em lembrar nomes, no entanto, para outros — a maioria 75% — é uma habilidade que falta e isso gera desapontamento.

“Sim. Desculpei-me e perguntei o nome à pessoa.”

"Sim. Muitas vezes. Eu pergunto para a pessoa."

"Envergonhado mas tranquilo."

"Constrangida, pois não costumo esquecer o nome de um aluno"

Personas

01. Contexto: Paulo Henrique, 31 anos, é professor de administração em uma universidade em São Paulo, capital. Ele planeja estudar e passar em um doutorado na área e espera fazer isso em 1 ano.
Metas: Fazer doutorado
Necessidades: Tempo para conseguir se dedicar ao doutorado
Desejos: Ser um profissional bem sucedido / dar palestras de administração pública
Medos: Não conseguir passar na prova do doutorado

02.Contexto: Fernanda Dias, 36 anos, é professora de direito em duas universidades no Rio de Janeiro, capital. Ela já é doutora e juíza na área de direito criminal.
Metas: Continuar sendo uma jurista bem sucedida / Dar aula nas principais universidades do Rio de Janeiro
Necessidades: Ter uma reputação ilibada / escrever sua própria doutrina
Desejos: Ser desembargadora
Medos: Ter suas atitudes colocadas sob suspeita por outros grandes juristas

Jornada do usuário

Com a persona definida elaborei um mapa da jornada do usuário, mas essa é apenas uma de muitas jornadas possíveis.

Protótipo de baixa fidelidade

esboço

Depois que criei a estrutura das telas no papel, foi hora de ir para uma ferramenta de prototipação criar wireframes

O esboço é um jeito mais fácil de colocar minhas ideias e aproximar da interface do usuário online.

Depois de estar satisfeita com minhas ideias, fui desenvolver o wireframe e depois o design final.

Wireframe no figma

Teste de usabilidade

Depois de fazer o wireframe, precisava validar minha hipótese de solução com um teste de usabilidade para ter as percepções de como o usuário vai interagir com o app.
Eu fiz o teste de usabilidade mas acabei não tendo tempo nesse projeto para efetivamente coloca-lo na frente de alguns usuários.
Link para navegar no protótipo.

Contexto: Imagine que você, professor, está começando um novo semestre e quer se familiarizar com os rostos dos novos alunos.

Tarefas: Supondo que você já tem o cadastro nesse app, agora você precisa navegar no aplicativo e chegar a página onde estão os rostos de seus alunos.

Percepção: Foi fácil chegar a tela onde tem o rosto dos alunos? Acha que faz sentido ter a cidade dos alunos? Isso o ajuda a lembrar o rosto da pessoa?

Protótipo de alta fidelidade

Design final

Aprendizados pessoais

Trabalhando nesse desafio — que deveria ser finalizado em 1 semana — consegui ter uma ideia de como me organizar para dedicar um tempo para cada etapa.

Na pesquisa, ainda acho que me falta prática para fazer perguntas mais elaboradas, onde, consiga respostas mais completas e detalhadas dos usuários.

Para mim foi muito bom fazer o wireframe, pois consegui visualizar minha ideia antes de desenvolver o design final.

Meu portfólio no Dribble

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